Iguaria

Num ambiente asiático sensual, estou sentada à sua frente. Saboreio o nosso jantar, degusto a minha entrada. A conversa é agradável, meu olhar participa na conversa, argumento e ouço como se deve. Uma salada Thai, um contraste entre o quente e frio, a mistura de sabores, o agri, o doce e o salgado reforçados com pimenta e outros condimentos reavivam as minhas papilas enquanto minha mente vagueia. Da decoração ao buffet, dos seus olhos à sua boca, da sua camisa à sua mão, dos seus dedos delicados às suas palavras...

Lentamente deixo de ouvir. Meu olhar perde-se e a minha visão desvanece. Minha mente aferrada pelos meus sentidos, abraça minha loucura numa mistura de sabores. Quentes como o caramelo que envolve a carne. A sopa em perfeita ebulição como sua pela. Aromatizada, doce, demasiadamente fervente para que eu consiga resistir à tentação...de parar na comissura dos seus lábios, de lamber o rebordo da sua boca, de violar a sua masculinidade. Aqui. Agora, deslizando sob a mesa, ajoelho-me e empurro-o para mim com um riso de satisfação quando entre minhas coxas, sufoca de prazer.

Como resistir ao desejo de saborear a sua doçura e sua força que num segundo percorreria o meu corpo oferecido?