sábado, 1 de agosto de 2020

E mais isto...

     Longe de mim a ideia de cair no femismo mas dou por mim a pensar que estou rodeada de mulheres por quem nutro uma certa admiração, pela coragem, perseverança e facilidade com que enfrentam a vida. Todas elas mais ou menos da minha geração, souberam numa determinada altura tomar as rédeas das suas vidas, erguendo famílias, deixando para trás maridos ou companheiros que não obstante as suas condições de chefes de família não souberam ser reativos. Por mais que me digam que estamos em pé de igualdade, numa relação, o homem é suposto desenvencilhar-se ou no mínimo tomar partido, muitos ficaram inertes. Cada vez mais constato que as mulheres no geral e de uma forma caricatural só lhes falta mudar o óleo ao carro, não sei se isso reflete uma certa emancipação, o trilho para a igualdade de género ou se pelo contrário não será o retrato de uma geração de homens desgastados e passivos, ultrapassados pela rapidez com que o mundo muda à nossa volta....

sexta-feira, 31 de julho de 2020

segunda-feira, 6 de julho de 2020

sábado, 2 de maio de 2020

Ele

Era uma criança tranquila no limiar da puberdade, seguro e certo que do alto dos seus aninhos já vividos saberia o suficiente para tomar as decisões certas. Nunca punha em causa as suas atitudes, as suas birras, e muito menos os seus caprichos mesmo que com esses últimos menosprezasse os outros. Afinal tinha crescido no seio de um família que lhe voava toda a sua devoção. Desde cedo, por infortúnio da vida, fora rejeitado pelo pai mas de quem herdera autonomia financeira e por isso soubera desde logo que estaria só neste mundo, que não precisaria de ninguém ou somente o estrito necessário para se mover de uma forma confortável, satisfazer as suas necessidades primárias.
Por vezes, queria colo, não importava muito de quem seriam os braços da mulher que lhe poderia proporcionar o aconchego de um peito generoso, quente e pulsante, as coxas roliças, delicadas e afectuosas o suficiente para envolvê-lo. 
Outras vezes, brincar ao homenzinho, simulando uma maturidade de quem caminha paulatinamente, era o seu passatempo preferido. Encontrava-se com amigos e simulava ser um homenzinho bem resolvido, preocupado com   as perspectivas de um futuro incerto, logo ele, cujo futuro estaria já bem traçado, inquieto com o bem estar das pessoas, logo ele, que pouco ou nada se dedicara aos outros. Mas sim, tinha esse carisma de uma criança sabedora, tinha esse egoísmo tão entranhado que para ele não fora mais do que instinto de proteção.
Contudo ainda só tinha 53 anos e uma vida pela frente para aprender...


sexta-feira, 1 de maio de 2020

SHUMUKH

Deixei de usar perfume 2 vezes desde que iniciei a minha fase adulta, uma quando o meu filho nasceu e outra quando me relacionei de forma mais íntima e intensa com um homem casado...mas nunca no confinamento ou quarentena...

quarta-feira, 11 de março de 2020

Não espero nada, não temo nada logo sou livre

Lá vem a pergunta filosófica, quando nos sentimos verdadeiramente em liberdade? Verdadeiramente ou efectivamente? É que verdadeiramente libre, creio que nunca...lá, todos responderam que sim, quando estão no cimo de uma montanha, sem telemóvel, observando essa imensidão (logo penso: salta, salta!) outra, quando simplesmente olha pela janela (penso que a janela deva ser grande e ela também virada para a natureza e não verdadeiramente virada para um prédio de 30 andares), outro, quando está de férias sem ter de seguir horários (sim mas...segues sempre, nem que não seja quando o pequeno-almoço só é servido das 7h às 10h), e tu, penso...penso....nunca, nem quando penso, porque surgem sempre os pensamentos, os compromissos, as obrigações, os deveres, que poluam cada partícula fundamental de liberdade...

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Quase...

Quase conseguiam ser um casal perfeito, quando a maturidade implica estar ciente que não é uma relação de poder mas de dever e que não poderiam esperar nada em troca. Quase entregavam-se um ao outro, quase viviam o dia a dia porque fazer planos seria dar mais valor ao tempo do que ao amor que neles havia. Quase viviam a rotina com gratidão, quase conseguiram conhecer-se mutuamente. Era quase amor, quase amizade, quase a cumplicidade era um vínculo apaixonado. Quase encontraram a sua verdade, juntos...quase...quase.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

A tua preguiça satura-me! Enjoa-me ver esse desperdício de tempo e de vida, essa aniquilação cerebral. Para mim funciona como um catalisador, quanto menos fazes mais me apetece abanar-te, fervo por dentro embora demonstre todo o meu desprezo.
Como é possível aceitares essa vida de merda, padeceres inerte, mais do que conformado estás cego, cego porque mentes, enganas-te a ti mesmo, morres lentamente, e o tempo passa, não volta, sabes? É clichê, mas como ficaste parvo, de ideias limitadas, esquecido na maioria das vezes (sinal da tua deterioração cerebral), comecemos por estes lugares-comuns.