sábado, 7 de março de 2015

O lugar do morto...

Lembra-me uma cena do filme do mesmo nome com a Ana Zanatti, nunca vi o filme na íntegra mas sei que no lugar do morto podemos por vezes, renascer...o aroma do ambientador misturava-se com o teu perfume inebriante, a conversa fluía entre pensamentos travessos, as nossas vozes confundiam-se com as vozes melodiosas das tuas escolhas musicais, curiosamente o desconforto desse banco de automóvel não era de todo inibidor, sentia um certo conforto nesse minguado espaço com uma vontade crescente de me expandir, será isso que também simboliza a cumplicidade entre dois amantes, esse desejo de entrega, de se render aos braços do outro independentemente do espaço que nos envolve, do que está à nossa volta? Por um momento, o reavivar da memória intensificava ainda mais essa manifesta intenção de te beijar, sorrias para mim como anuindo, sabendo que nesse momento o que eu mais cobiçava era deslizar os meus lábios nos teus, passar a minha língua pelos contornos da tua boca, sentir essa boca ávida e por fim entrelaçar a minha língua na tua, o calor que emanava da tua boca, a doçura da tua língua fazia-me desejar senti-la no meu íntimo...esse diálogo de dois corpos sedentos, olhares loucos de prazer emanava desse recôndito lugar do morto...

9 comentários:

  1. Sabes que normalmente quem está no lugar do morto lixa-se sempre no final! :))

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    1. I, por norma, em caso de travagem repentina, quem está sentado naquele lugar, está mais a jeito de se finar.
      Mas este texto delicioso, mostra que nos lugares mais perigosos acontecem "tormentos" maravilhosos. Mesmo que tenham o tempo de vida de uma borboleta.

      Beijinho para a minhas duas miúdas preferidas :)))

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    2. Meninas...isso eram antes, agora temos airbags! ;)

      Mas sim Sandra, o perigo sempre foi um acelerador de sensações!

      Beijocas

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  2. Este post encerra em si sentidos de tal forma intensos que, até me estou a ver ali, no lugar do condutor de boca seca, lábio superior trémulo, respiração ofegante. Que pretensioso! :)

    Abraço

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    1. JM quem nunca conduziu por caminhos assim devassos? :)))

      Beijos

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  3. Jung iria tratar de tantas das tuas maleitas, fosse ele vivo e não estivesses tu no lugar da morta, pelos escombros dos teus dias.
    Acho tanta piada ao teu blog e ao do Elástico. Não sabem o que querem, mas invejam profundamente o que os outros possuem em demasia. Agora sim, pergunto-me como sobrevivem aos dias com tamanha disparidade :)))

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    1. Sarinha tanto talento desperdiçado nesse seu anonimato...uma pena Sarinha...uma pena...isso é bem capaz de atenuar essa imagem que eu tenho de felicidade alheia...:)))

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    2. Oh Beatrizinha, o talento que tenho já passou pelos teus dias. Aliás, ainda passa pelos teus dias. Pergunta-lhe ;)

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    3. Querida Sarinha perguntar o quê e a quem? Aqui somos todos tão anónimos que entendo que lhe possa fazer uma espécie de comichão...:)))

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